terça-feira, 28 de dezembro de 2010

NUTRINDO O CÉREBRO - Por: Lúcia Moura Cardoso - Nutricionista "

* Mestre em Psicologia Social pela Universidade Gama Filho

1- O cérebro é formado por várias células nervosas denominadas de neurônios, que por sua vez são compostos de um corpo e núcleo arredondado, com prolongamentos de uma rede de ramos dendríticos e uma única fibra nervosa longa, ou axônio.

Na extremidade do axônio encontram-se substâncias químicas denominadas neurotransmissores.

Quando ocorre a secreção desses neurotransmissores, as mensagens percorrem as junções ou "sinapses" na extremidade do axônio de uma célula até receptores específicos em outra.


2- A composição da dieta, uso adequado de suplementos e mudanças simples no estilo de vida, inclusive exercícios mentais e físicos são fatores que podem favorecer positivamente o funcionamento cerebral, além de facilitar a captação dos neurotransmissores, essenciais a memória, inteligência, criatividade e humor.

Por exemplo, se aumentarmos a ingestão de aminoácido TRIPTOFANO este atua como precursor da vitamina NIACINA e do neurotransmissor SEROTONINA que melhora o humor.

Estudos tem demonstrado que a utilização combinada de aminoácido TRIPTOFANO com carboidratos aumenta a SEROTONINA que demonstra capacidade de aliviar a dor; e caso seja utilizado antes de deitar poderá fornecer sensação de entorpecimento e sono; assim como redução de hiperventilação resultante de ansiedade ou pânico e ação positiva sobre a psicose de Korsakoff - perda da memória induzida pela ingestão de álcool levando a uma das formas de demência mais prevalente nos Estados Unidos.

A COLINA presente, por exemplo, no ovo, preconiza o neurotransmissor acetilcolina importante para manutenção de uma boa memória.

Sua deficiência parece estar associada a doença de Alzheimer, causa comum de demência, caracterizada por deterioração de memória, capacidade de julgamento e orientação.

A manipulação do aminoácido TIROSINA na dieta, presente por exemplo na SOJA, atua como precursor de neurotransmissor DOPAMINA essencial a função MOTORA adequada.

A utilização de TIROSINA anterior à exposição de animais em laboratório ao estresse previne a redução de neurotransmissor NOREPINEFRINA, proporcionando ENERGIA e alivio do ESTRESSE.

Nutrientes como ÁCIDO FÓLIO (presentes nos vegetais verde-escuros como brócolis e espinafre, feijões, carne magra, pães integrais, etc) e óleo de peixe (OMEGA 3) podem ajudar na determinação da quantidade, caráter e funcionamento de neurotransmissores que alteram o cérebro.

Vale a pena ressaltar que o ácido fólico previne, em gestantes, defeitos congênitos no tubo neural; aumento de QI, na Síndrome do X-frágil, distúrbio hereditário, presente no sexo masculino, caracterizado por retardo mental.

Além disso, baixos níveis de FOSFATO e VITAMINA B12 tem sido associados com elevada HOMOCISTEÍNA plasmática e riscos de doença coronariana.


3- Ao longo da vida, as células, inclusive as do cérebro, são danificadas por substâncias químicas instáveis, chamadas radicais livres de oxigênio, que levam a uma diminuição no ritmo de produção de energia.

A ação destas substâncias compromete a atuação dos neurônios, pois provocam retração dos dendritos e o desaparecimento das sinapses, o que reduz a capacidade de comunicação entre as células danificando o funcionamento mental.

Após anos de exposição aos radicais livres, os neurônios podem ser destruídos e, por fim, provocar doenças de Alzheimer, Parkinson e doenças degenerativas do cérebro.

A melhor maneira de evitar e até mesmo REVERTER esses déficits cerebrais induzidos pela idade, é fornecer ao cérebro mais ANTIOXIDANTES, a fim de neutralizar a ação dos radicais livres destrutivos.


4- A perda da memória presente em casos de demência e da doença de Alzheimer pode se dar através do rompimento dos sistemas neurotransmissores.

As novas pesquisas vem se concentrando no mecanismo de recepção das células nervosas - no grau de abundância e "sensibilidade" dos receptores dendríticos na captura e processamento dos neurotransmissores.

Anormalidades nos receptores podem prejudicar a propagação da mensagem.


5- Com o ENVELHECIMENTO começa a acontecer uma DIMINUIÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO na massa cinzenta do córtex cerebral e ocorre uma redução na eficiência da produção de energia nas MITOCÔNDRIAS das células cerebrais.

O declínio mental não é uma parte normal do envelhecimento, mas pode ser provocado por doenças vasculares - inclusive diabetes, enrijecimento das artérias carótidas, hipertensão arterial e estágios iniciais da doença de Alzheimer.

A hipertensão parece reduzir o tamanho do cérebro e pode causar lesões sutis ao tecido cerebral, provocando declínio cognitivo.

Desta forma, a ingestão diária de frutas e legumes, promove a ingestão de vitaminas antioxidantes e de outros componentes ativos neles contidos prevenindo doenças cardiovasculares.


6- Por motivos ainda não conhecidos, ao longo do processo de envelhecimento, o cérebro dos homens sofre mais mudanças, DNCOLHENDO mais rápido do que o das mulheres.

Uma possível razão é que o ESTROGÊNIO parece proteger o cérebro das mulheres, pois aumenta a atividade dos neurotransmissores, sobretudo da ACETILCOLINA, que atua como um potente preservador da memória em mulheres idosas e possivelmente, um antídoto parcial à doença de Alzheimer.

Desta forma vale à pena enfatizar o uso da COLINA, presente no ovo, gérmen de trigo, peixes, verduras, couve-flor e lecitina de soja.

A colina, assim como o INOSITOL, faz parte do complexo B, embora, não possa ser considerada uma "vitamina", já que a mesma pode ser sintetizada por grupamentos metila provenientes a partir da metionina, sob ação do ácido fólico e da vitamina B12.

Sendo absorvida no intestino, a COLINA atravessa a barreira hemato-encefálica, participando do metabolismo cerebral e na neurotransmissão.

Além disso, atua como agente lipotrópico, agindo na emulsão de colesterol e outras gorduras, prevenindo desta forma o desenvolvimento de doença aterosclerótica.

Como componente da esfingomielina, participa da estrutura da mielina dos nervos, podendo auxiliar no tratamento da esclerose múltipla.

Estudos realizados com mulheres cujos ovários foram retirados, esgotando o suprimento de estrogênio tinham desempenho pior em testes cognitivos, sobretudo nos testes de memória verbal.

As que posteriormente vieram a tomar estrogênio recuperaram as habilidades mentais.

As que não fizeram terapia de reposição hormonal no estudo não as recuperaram.

Este hormônio estimula também o crescimento de dendritos e sinapses nas células nervosas, ampliando os canais de comunicação.

Pesquisas recentes identificam o ESTROGÊNIO como um potente ANTIOXIDANTE, uma vez que REDUZ a capacidade das toxinas das células cerebrais de gerar radicais livres destrutivos, como GLUTAMATO e uma proteína denominada BETA-AMILÓIDE, encontrada no cérebro dos pacientes de Alzheimer.


7- Logo, o preparo nutricional para menopausa, com uso de estrógenos fracos oriundos de fontes como soja, amora, inhame, SEMENTE de LINHAÇA e produtos especializados poderá servir de suporte para uma função neurológica mais ativa, amenizando sintomas como a perda de memória presentes na menopausa ( ver artigo câncer de mama).

Além disso, a TIROSINA presente na soja, poderá favorecer a captação de dopamina, melhorando a ação motora de pacientes parksonianos.

8- A relação de ingestão de gordura omega 6 e 3 também merece atenção, pois o consumo atual de gorduras omega-6 em forma de margarina e produtos de confeitaria superam as do tipo omega-3 do peixe, traduzindo uma condição REPULSIVSA para as células, sobretudo as células cerebrais.

Entre os tipos de OMEGA-3, o ácido docosahexaenóico (DHA) se concentra nas membranas dos centros de comunicação SINAPTICOS, no córtex cerebral, nas mitocôndrias e nos fotorreceptores da retina do olho.

É necessário para construir e preservar estruturas celulares cerebrais flexíveis e pode ser encontrado nos frutos do mar ou em suplementos.

O DHA aumenta o suprimento de acetilcolina no cérebro de animais de laboratório e reverte danos nos problemas de aprendizado nesses animais.

O ácido eicosapentaenóico (EPA) é outra gordura de alta potência encontrada no óleo de peixe e em peixes gordos, especialmente salmão, sardinha, cavalinha, linguado, viola, atum, cherne, truta e arenque.

O omega-3 desempenha influência positiva na síntese das prostaglandinas, proporcionando propriedades antiinflamatórias; diminuem níveis de colesterol e triglicerídeos; possui propriedades anticoagulante, reduzindo adesividade e agregação antiplaquetária.

O ácido linolênico é uma outra gordura omega-3 e é encontrada em nozes, castanha-do-Pará, castanha de caju, semente de linhaça, canola e soja.


9- A gordura monoinsaturada, como o AZEITE DE OLIVAMEMÓ, pode ser benéfica para a MEMÓRIA, pois contém antioxidantes e compostos fenólicos, além de prevenir doenças cardiovasculares, uma vez que neste alimento o conteúdo do ácido linoléico da lipoproteína de baixa densidade - LDL (o "mau colesterol") é reduzido, havendo assim um menor consumo celular por parte dos MACFÓFAGOS e diminuição da susceptibilidade do LDL à oxidação.


10- A carne vermelha contém alto nível de gordura saturada. Logo, devemos dar preferência às aves de carne branca e sem a pele pois têm baixo teor de gordura e são uma boa fonte de proteína, também importante para o cérebro .


11- Excessos de ácidos graxos OMEGA 6 podem levar a INFLMAÇÃO persistente do tecido cerebral.

Essa inflamação pode danificar os vasos sangüíneos cerebrais, ativando processos que podem destruir as células cerebrais, deformar membranas das células nervosas, perturbando seu funcionamento normal, interferir na transmissão de mensagens entre os neurônios e promover derrames, doença de Alzheimer e provavelmente todas as doenças degenerativas do cérebro.

O metabolismo dos ácidos graxos Omega-6 envolvem substâncias semelhantes a hormônios conhecidos como eicosanóides - entre elas prostaglandinas, leucotrienos e citoquinas - bem como radicais livres, todos os quais podem gerar inflamação.

A GORDURA ONEGA-6 pode produzir uma substância denominada ácido araquidônico, que está profundamente relacionada a morte de células nervosas. Além de gerar eicosanóides, que provocam inflamação e radicais livres, o ácido araquidônico também pode estimular a produção de GLUTAMATO, o principal neurotransmissor iniciador da execução dos neurônios, envolvido no dano cerebral decorrente do envelhecimento e de derrames.


12- Trabalhos demonstram que pequenas anormalidades na composição lipídica das membranas celulares alteram o funcionamento do cérebro.

Pacientes de esquizofrenia parecem ter defesas antioxidantes defeituosas, o que permitiria que o ataque dos radicais livres à gordura nas membranas de suas células cerebrais causassem sua fácil oxidação.

Um estudo revelou que as hemácias de esquizofrênicos tinham apenas a metade do DHA e de Omega-6 e um quarto da quantidade de ácido araquidônico dos indivíduos normais e saudáveis.

A quantidade de DHA e ácido araquidônico nas células do sangue tendem a refletir a quantidade nas células do cérebro.

Os pacientes esquizofrênicos com maiores deficiências de DHA e ácido araquidônico tendem a ter sintomas mais graves, os chamados "negativos", entre eles insensibilidade emocional, retração social, pobreza de discurso e atividade e déficit cognitivos, todos eles altamente resistentes aos tratamentos com medicamentos convencionais.


13- Alguns autores têm mencionado que problemas comportamentais em crianças, sobretudo o distúrbio do déficit de atenção, que pode envolver também hiperatividade, podem estar relacionados a uma deficiência do tipo certo de ácidos graxos na alimentação e nas células cerebrais - principalmente a escassez de Omega-3.

Essas crianças, bem como os adultos portadores do distúrbio, podem ter um erro genético que interfere em sua capacidade de metabolizar as gorduras cerebrais necessárias, por isso precisariam de uma quantidade de gordura muito maior do que os outros cérebros para funcionar normalmente.


14- Pesquisadores ingleses teorizam que a atividade de uma ENZIMA, a delta-6 desaturase, é necessária para ativar a matéria-prima ou os precursores que suprem os ácidos graxos essenciais, inclusive o Omega-3 e Omega-6, aos neurônios.

Entretanto, nos indivíduos com distúrbio de déficit de atenção, a atividade da enzima necessária é bloqueada, portanto os ácidos graxos adequados não são produzidos.

Isto resulta em uma espécie de fome cerebral que provoca uma série de problemas, entre eles: dificuldade de aprendizado, desatenção, falta de foco e hiperatividade.

O estresse psicológico e a falta de ZINCO são dois fatores que contribuem para o bloqueio da enzima, mas a ingestão excessiva de gorduras nocivas, como as gorduras animais saturadas e gorduras hidrogenadas é o principal fator que bloqueia a capacidade da enzima de produzir gorduras cerebrais vitais.

Desta forma, nota-se a importância do consumo protéico à base de carnes brancas, em especial o peixe, já que são fonte de aminoácidos, ZINCO e gordura Omega-3.


15- O cérebro de pessoas portadoras de dislexia, uma doença caracterizada pela dificuldade de ler e escrever apesar da presença de habilidades adequadas para o aprendizado normal e de motivação, não decompõe os ácidos graxos e os incorpora às membranas dos neurônios da mesma forma que as pessoas normais.

Pesquisas sugerem que os disléxicos têm dificuldade de sintetizar e transportar ácido graxo Omega-3 até as células do cérebro; por isso, eles precisam de mais ácidos graxos Omega-3 do que as outras pessoas.


16- Níveis altos de açúcar no sangue, assim como a ingestão de grande quantidade de açúcar, podem prejudicar o cérebro com a aceleração do processo de ENVELHECIMENTO provocado pelas reações químicas nas células.

A glicose no sangue reage às proteínas, criando as chamadas "proteínas anormais "glicosiladas".

Elas tornam os ossos mais amarelos, prejudicam as articulações, endurecem e entopem os vasos sangüíneos e comprometem o funcionamento dos órgãos, inclusive do cérebro.

Pesquisadores alemães afirmam que tais proteínas são o primeiro passo para o dano neurológico, chamado neuropatia, causado pelo diabetes.

Também acreditam que esse processo de "glicosilação" é um dos responsáveis pela destruição das células cerebrais que levam às doenças neurodegenerativas, inclusive à doença de ALZHEIMER, e até mesmo à perda de memória relacionada com o envelhecimento.

17- Alguns pesquisadores afirmam que o risco da formação de proteínas glicosiladas destrutivas derivam da ingestão constante de uma alimentação rica em açúcares simples, independente da elevação dos níveis de glicose no sangue.

Além disso, a sobrecarga de açúcar aumenta os níveis de insulina, podendo desencadear intolerância à glicose diabetes e hipertrigliceridemia.

A hiperinsulinemia leva ao aumento de absorção de sódio à nível renal levando a hipertensão arterial, com implicações significativas para derrames e disfunção cerebral.

18- O primeiro passo para a destruição de uma célula nervosa muitas vezes é um processo denominado "peroxidação lipídica".

Trata-se do mesmo processo que torna tóxicas as partículas de colesterol LDL, permitindo que elas penetrem nas paredes dos vasos sanguíneos e levando ao acúmulo de plaquetas a artérias obstruídas.

19- A PERTOXIDAÇÃO LIPÍDIACA pode ser combatida com antioxidantes que retardam o processo de envelhecimento do organismo como um todo e são particularmente necessários no cérebro.

Dentre esses, os melhores são: VITAMINA E, ÁCODP LIPÓICO, COENZIMA Q10, os carotenóides como o betacaroteno, alfacaroteno, licopeno, luteína e os flavanóides presentes nas frutas e vegetais.

A GLUTATIONA, produzida internamente pelo organismo, também é essencial e a melhor maneira de elevar seu nível nas células nervosas é tomar ÁCIDO LIPÓICO e vVITAMINA C.

20- A maior fonte de LICOPENO é o TOMATE, sobretudo os produtos processados a base de tomate, como polpa e molho de tomate.

Um estudo italiano recente revelou que a ingestão diária de purê de tomate com 16,5 miligramas de licopeno durante 21 dias elevou significativamente a capacidade antioxidante no sangue.

Os danos provocados pelos radicais livres às células ao DNA tiveram uma queda de 33%.

22- A ingestão de CHÁ VERDE também ajuda a manter saudáveis os vasos sangüíneos, os microvasos que alimentam tanto o CERÉBRO quanto o CORAÇÃO.

23- O VINHO TINTO tem alto teor de antioxidantes polifenóis, sobretudo antocianinas, que podem ajudar a proteger o CÉREBRO dos danos provocados pelos radicais livres, derrames e perda de memória relacionada à idade.

Por outro lado, a ingestão de grandes quantidades de bebidas alcóolicas, inclusive vinho tinto, pode danificar as células do cérebro, levando à atrofia cerebral, declínio nas funções cognitivas e demência.

O excesso de álcool é prejudicial ao cérebro e aumenta a probabilidade de derrames.

Quando consumido com moderação, o vinho tinto tem efeitos antiinflamatórios e tende a elevar o colesterol HDL, o bom colesterol, o que poderia ajudar a proteger os vasos sangüíneos da destruição.

24- O CAFÉ e bebidas à base de cafeína devem ser ingeridas com moderação, já que esta substância é um estimulante psicomotor brando que produz efeitos similares a doses muito baixas de cocaína e anfetamina, proporcionando sensação de maior energia, bem-estar, menos sonolência, vontade de falar, maior sociabilidade e maior capacidade de concentração.

Devido a sua semelhança com a adenosina, a molécula de cafeína pode bloquear a ação deste neurotransmissor, assumindo seu lugar nos locais receptores da célula do cérebro. Isso permite que a adenosina empeça a ação de neurotransmissores estimulantes, como a dopamina.

Em casos de gastrite e úlceras gástricas e/ou duodenais a ingestão de cafeína é contra-indicada devido a ação estimulante sobre a produção de ácido clorídrico.


25- O estresse, além de provocar ansiedade, depressão, incômodo, fadiga crônica, pode alterar a própria estrutura e funcionamento das células do cérebro, gerando uma reação na qual o organismo secreta hormônios como corticoesteróides e adrenalina, mobilizando o organismo para se salvar do perigo.

A curto prazo o estresse pode ser bom para o funcionamento mental, mas quando se faz persistente pode esgotar o cérebro, desgastando importantes ligações neuronais e, por fim, provocar esquecimento.

O estresse crônico leva ao encolhimento do hipocampo, o centro da memória do cérebro.


26- Exposição excessiva a elevados níveis de glicocorticóides causados pelo estresse crônico podem provocar a morte das células nervosas responsáveis pela memória.

Logo, o cuidado com a alimentação e o bem estar psicológico parecem ser os principais caminhos na busca de boa saúde mental.

Então...That is it!

Sandra Ebisawa :))

postado por BIOECOLOGIA PERINATAL , às 16:56

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Prevenção e Retardamento dos fenómenos de degenerescência cerebral.

Ingredientes de um produto somente comercializado na Europa atuariam de forma sinérgica para prevenir e retardar os fenómenos de degenerescência cerebral.

A investigação mostrou, nomeadamente, que:


¤ o arginato de N-acetil-L-carnitina, um composto muito próximo da acetil-L-carnitina, atravessa facilmente a barreira hemato-encefálica e exerce potentes efeitos protectores nos tecidos nervosos e no sistema nervoso central.

Além disso, estimula em 19,5% o crescimento de novos axónios;


¤ o GINKGO BILOBA protege os neurónios dos efeitos nocivos dos radicais livres e das placas de beta-amilóide, características da doença de Alzheimer.

Administrado a pacientes que apresentam os primeiros sinais da doença de Alzheimer, melhora o seu estado clínico;

¤ o gotu kola aumenta a transmissão nervosa. Protege também as células nervosas do poder destrutivo dos radicais livres e das placas de beta-amilóide;


¤ A CURCUMA LONGA (95% de curcumina)

A curcumina possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes potentes, que lhe permitem proteger as células cerebrais.

A CORCUMINA aumenta igualmente a capacidade dos MACRÓFAGOS para eliminar a BETA-AMILÓIDE, o que sugere um efeito protector contra o desenvolvimento da doença de Alzheimer.

A Bioperine® reforça a biodisponibilidade da curcumina e, consequentemente, a sua eficácia;


¤ o extracto de Bacopa monnieri (20% de bacósidos) aumenta a actividade antioxidante em todas as regiões do cérebro.

Inibe as lesões provocadas no ADN por níveis tóxicos de NO implicados no desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

O Bacopa monnieri reforça os impulsos nervosos no cérebro e ajuda a reparar os neurónios danificados.

Inibe igualmente a atividade da acetilcolinesterase, protegendo assim os níveis de acetilcolina;


¤ a glicerofosfocolina (GPC) protegeria e reforçaria a comunicação entre os nervos, favorecendo o crescimento, a reparação e a expressão dos receptores do factor de crescimento nervoso no córtex cerebeloso.

Administrado a pacientes com doença de Alzheimer, a GPC melhora a cognição destes e é bem tolerada;


¤ a Huperzia serrata (0,2% de huperzina A).

A huperzina A propicia o crescimento das células nervosas e inibe a degradação da acetilcolina bloqueando a acção da enzima acetilcolinesterase. Num estudo chinês, a huperzina

A melhorou a memória, a cognição e o comportamento em 58% dos pacientes com doença de Alzheimer aos quais foi administrada;


¤ O EXTRATO DE ALECRIM contém, nomeadamente, ácido rosmarínico. Exerce um efeito protector nas células cerebrais de animais expostos aos efeitos tóxicos da beta-amilóide. O ácido rosmarínico reduz a formação de espécies oxigenadas reactivas e a fosforilação da proteína "tau".

Inibe a formação da beta-amilóide e dissolve as fibrilhas já formadas; a idebenona, um análogo da coenzima Q10, administrada a pacientes com doença de Alzheimer numa fase inicial a moderada, melhorou o seu estado.

A idebenona estimula a síntese do factor de crescimento nervoso e combate os efeitos tóxicos da beta-amilóide;


¤ O ÁCIDO FERRÚLICO protege as células nervosas graças às suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

Combate os efeitos tóxicos da beta-amilóide nas células neuronais; a miricetina é um flavonóide que possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

Parece ter capacidade para inibir a acumulação de beta-amilóide;


¤ o monofosfato de URIDINA estimula o crescimento dos axónios, estabiliza as membranas celulares das células nervosas e aumenta a síntese da acetilcolina; a metilcobalamina, a forma metilada da vitamina B12, é indispensável à formação da mielina, a camada que protege os nervos. É utilizada na prevenção e no tratamento dos distúrbios neurológicos, incluindo a doença de Alzheimer;


¤ O ExtraFolate™, uma forma de folato com uma actividade biológica significativa, ajuda a regular os níveis de homocisteína. Um estudo mostra uma associação entre níveis fracos de folatos e uma atrofia do córtex cerebral, nos pacientes com doença de Alzheimer.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Maçã contra o Mal de Alzheimer

floresta colorida

Alzheimer: suco de maçã diminui os níveis de substância beta-amiloide no cérebro de ratos, segundo pesquisa publicada no Journal of Alzheimer's Disease

Estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Massachusetts, no Journal of Alzheimer's Disease, demonstrou que ratos que receberam suplementação dietética com suco de maçã produziram menor quantidade de proteína beta-amilóide, a qual é responsável por formar as "placas senis" comumente encontradas no cérebro de pessoas com a doença de Alzheimer.

Estes resultados fornecem evidências que ligam fatores de riscos nutricionais e genéticos à neurodegeneração relacionada com a idade.

A suplementação dietética com suco de maçã associada a uma dieta balanceada pode proteger o cérebro dos efeitos do estresse oxidativo, segundo Thomas B. Shea, Ph.D., pesquisador e diretor do centro de pesquisa em neurobiologia e neurodegeneração celular da Universidade de Massachusetts.

Shea e colaboradores avaliaram se o consumo deste suco protegia contra danos cerebrais oxidativos em camundongos.

Os resultados mostram que existe algo na maçã que protege as células cerebrais do envelhecimento normal, muito semelhante à proteção observada anteriormente contra sintomas semelhantes aos da doença de Alzheimer.

Camundongos adultos e idosos usando uma dieta padrão, uma dieta deficiente em nutrientes ou uma dieta deficiente em nutrientes suplementada com suco de maçã foram avaliados.

Os camundongos adultos não sofreram os efeitos negativos das dietas deficientes, somente os camundongos mais velhos, o que está de acordo com o envelhecimento normal devido à neurodegeneração oxidativa.

O efeito na cognição foi medido através de testes de labirinto e por exames do tecido cerebral.

Os camundongos idosos que consumiram dietas suplementadas com suco de maçã tiveram melhor desempenho nos testes de labirinto e todos tinham menos danos cerebrais oxidativos comparados àqueles com a dieta padrão.

A suplementação com suco de maçã resultou em acuidade mental maior quando os camundongos envelhecidos consumiram o equivalente a 2 ou 3 xícaras de suco, ou seja, aproximadamente de 2 a 4 maçãs por dia.

Acredita-se que este efeito seja devido aos altos níveis de antioxidantes presentes nesta fruta.

Fonte: Journal of Alzheimer's Disease – Volume 16 n°.1

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ácido Fólico

Fólio ocorre naturalmente em alguns alimentos, enquanto o ácido fólico é a versão sintética que é adicionada a alimentos enriquecidos e suplementos.

O fólio ajuda a produzir e manter células novas. Isso é principalmente importante nos períodos de rápida divisão celular como a fase de crescimento ou o período de gestação. Fólio é necessário na produção de DNA e RNA e também ajuda a prevenir mudanças no DNA que podem resultar em câncer. Tanto jovens como adultos necessitam de fólio para produzir células vermelhas do sangue e também para prevenir a anemia.
Alimentos ricos em fólio

Folhas verdes como espinafre e folhas de nabo, frutas cítricas e alguns grãos como ervilhas são fontes naturais de fólio. Outros alimentos que contém fólio são:

* aspargos
* arroz branco, parbolizado, tipo longo
* brócolis
* abacate
* amendoim
* fígado

Potenciais riscos que a falta de fólio pode trazer

* crescimento lento em crianças
* mulheres grávidas com deficiência em ácido fólico podem dar à luz prematuramente, o bebê pode nascer com peso abaixo do normal
* em adultos pode causar um certo tipo de anemia se a deficiência de fólio ocorrer por longos períodos

Excesso de fólio

Fólio dos alimentos não oferece risco de intoxicação. O ácido fólico encontrado em suplementos e outros alimentos enriquecidos também oferece baixo nível de intoxicação em caso de excesso, porém não deve ultrapassar 1000 microgramas por dia, pois pode dificultar a detecção de deficiência de Vitamina B12.

domingo, 19 de dezembro de 2010

O alimento mais saudável do mundo

The New York Times

Nicholas D. Kristof

Em Tegucigalpa (Honduras)


Qual é o alimento mais delicioso, nutritivo, requintado e gratificante do mundo?

Não se trata da ambrósia nem pizza de pepperoni.

Dica: é muito mais barato.

Um ano de suprimento custa menos do que o hambúrguer mais barato.

Não sabe?

Aqui vai outra dica: ele pode salvar a vida de crianças e mulheres que podem engravidar.

Se você conhece uma mulher que pode ficar grávida, garanta que ela obtenha essa substância milagrosa.

A última dica: foi a falta dessa substância que levou à tragédia com a qual me deparei recentemente em um hospital aqui na capital hondurenha.

Três bebes estavam deitado em berços pertos uns dos outros, todos com defeitos de nascença no cérebro e na medula espinhal.

No primeiro berço estava Rosa Álvarez, de 18 dias, que se recuperava de uma cirurgia para reparar um buraco na coluna.

Ela também sofre de uma deformidade cerebral.

No berço seguinte estava Ángel Flores, com um tecido protuberante nas costas.

O mais perto da porta era José Tercera.

Sua mãe tirou uma faixa que envolvia sua cabeça e eu pude ver um pedaço de seu cérebro, do tamanho de uma bola de golfe, saindo de um buraco em sua testa.

Os médicos acreditavam que a razão para essas deformidades era que suas mães não receberam micronutrientes em quantidade suficiente, particularmente ÁCIDO FÓLICO, durante a gravidez.

Esses micronutrientes são a substância milagrosa a que me refiro.

Praticamente não há outra forma de ajuda do exterior com melhor custo-benefício para obtê-la do que inseri-las no fornecimento de alimentos.

"Esses problemas são desnecessários", disse Dr. Ali Flores, pediatra e especialista nesses defeitos, enquanto observava os três bebês.

Se uma mulher grávida não recebe ácido fólico (também conhecido como vitamina B9) em quantidade suficiente em seu corpo bem no início da gravidez, seu feto pode sofrer esses defeitos.

É por isso que os médicos dão ácido fólico a mulheres que planejam engravidar.

Igualmente importante é outro micronutriente, o iodo. A pior consequência da deficiência de iodo não é o bócio, mas a má-formação do cérebro do feto, que elimina permanentemente de 10 a 15 pontos de seu QI.

Há também o zinco, que reduz as mortes de crianças por diarreia e infecções. Há o ferro, cuja falta causa anemia. E a vitamina A: cerca de 670 mil crianças morrem todos os anos porque não recebem vitamina A o suficiente, e a carência dessa vitamina permanece sendo a principal causa de cegueira infantil no mundo.

"Nos primeiros estágios da vida a sorte é lançada", disse David Dodson, fundador do Project Healthy Children, um grupo de ajuda que combate as deficiências de micronutrientes em Honduras e outros países pobres. "Se uma criança não está recebendo os micronutrientes certos, o efeito é permanente".

Há nove anos, Dodson era simplesmente um empresário americano que administrava uma empresa de lixo com 300 funcionários, fundada por ele.

Então, ele visitou Honduras e, em um hospital, encontrou uma mãe cujo bebê recém-nascido tinha um buraco no crânio.

Ele ficou sabendo que uma quantidade pequena de ácido fólico poderia prevenir esses dolorosos defeitos - e sua vida mudou.

"Nunca tinha visto nada na vida que pudesse ter tanto impacto por tão pouco investimento e que pudesse ser sustentável", disse Dodson.

Ele e sua mulher, Stephanie, venderam a empresa e usaram parte do dinheiro para dar início ao Project Healthy Children.

A forma com melhor custo-benefício de distribuir micronutrientes não é entregá-los.

Mary Flores, ex-primeira-dama de Honduras que é ativa na área da nutrição, observa que mulheres pobres podem ser difíceis de encontrar, e mesmo se receberem pílulas de ácido fólico elas às vezes podem não as tomar com medo de que elas sejam, na verdade, pílulas anticoncepcionais.


Assim, os micronutrientes são adicionados a alimentos comuns, como sal, açúcar, farinha ou óleo de cozinha.

Acrescentar iodo, ferro, vitamina A, zinco e várias vitaminas do complexo B, incluindo o ácido fólico, a uma gama de alimentos custa cerca de 30 centavos de dólar por pessoa por ano.

Grupos que focam nos micronutrientes também incluem a Helen Keller International e Vitamin Angels.

Nos Estados Unidos, a agência Food and Drug Administration exige que a farinha seja fortificada com ácido fólico desde 1998.

Até mesmo nesse país, com alimentação, assistência médica e fortificação melhores, não são todas as mulheres que recebem micronutrientes em quantidade suficiente, mas o problema é muito pior em países pobres.

Dodson observa que é muito mais barato prevenir defeitos de nascença do que tratá-los.

"Não é um problema de saúde global muito atraente, mas é fundamental para manter uma população saudável", disse Dodson.

"Colocar pequenas quantidades de ferro, iodo e ácido fólico nos alimentos não tem atraído a atenção tanta atenção quanto tratar de uma pessoa doente ou em um campo de refugiados.

Até pouco tempo atrás, essa questão estava fora do radar de todo mundo".

À medida que os Estados Unidos reorganizam seu caótico programa de assistência, deveriam tentar promover o que pode ser o alimento mais delicioso do mundo: os micronutrientes.

Tradução: Gabriela d'Avila

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Brasileiros consomem menos arroz e feijão e mais cerveja, aponta IBGE (Postado por Erick Oliveira)

Dos anos de 2002/2003 a 2008/2009, o consumo de arroz e feijão caiu entre os brasileiros, dando espaço a produtos como a cerveja e o refrigerante, cujos índices de consumo registraram aumento no período. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (16), e integra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O suplemento “Aquisição alimentar domiciliar per capita” avalia as quantidades de alimentos adquiridos pelas famílias brasileiras e as formas de aquisição desses produtos. A coleta de dados para a pesquisa ocorreu nas áreas urbana e rural em todo o território brasileiro, no período de maio de 2008 a maio de 2009.

Na análise das médias anuais, por pessoa, de aquisição domiciliar de alimentos, cada brasileiro consome, por ano, 50,7 kg de bebidas e infusões; 43,7 kg de laticínios; 39 kg de cereais e leguminosas; 28,9 kg de frutas; 27,1 kg de hortaliças; e 25,4 kg de carnes. Em 2002/2003, o maior consumo registrado foi de laticínios, seguidos de cereais e leguminosas e bebidas e infusões. A média de aquisição domiciliar de alimentos representa quanto de um produto uma família adquire em um ano, dividido pelo número de pessoas dessa família.

Se considerados alguns produtos selecionados dentro dos grupos de alimentos citados acima, em 2008/2009, cada brasileiro consumiu, em média, em um ano, 14,6 kg de arroz polido, 9,1 kg de feijão, 5,6 kg de cerveja e 12,6 kg de refrigerante de cola. Em 2002/2003, as quantidades médias eram, respectivamente, 24,5 kg, 12,4 kg, 4,6 kg e 9,1 kg.

Segundo o IBGE, o consumo médio de refrigerante de cola, entre 2002 e 2008, aumentou 39,3%; de água mineral, 27,5%; e de cerveja, 23,2%. Considerando-se a situação do domicílio, na área rural esses aumentos foram ainda mais expressivos. A quantidade média adquirida do refrigerante de cola passou de 3,156 kg para 6,060 kg (aumento de 92%); da água mineral de 1,558 kg para 6,104 kg (aumento de 291%); e da cerveja de 1,711 kg para 3,209 kg (aumento de 88%).

Mesmo com a queda no consumo nacional de arroz e feijão, os produtos foram os únicos a apresentar médias de aquisição anual, por pessoa, acima do total do Brasil. Na faixa mais baixa de rendimentos da população, de até R$ 830 por família, foram consumidos, em média, 27,6 kg de arroz e 10,3 kg de feijão, por pessoa, em um ano.

Disponibilidade alimentar
De acordo com o suplemento “Avaliação nutricional da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil”, da POF 2008-2009, a disponibilidade média nacional de alimentos nos domicílios é de 1.611 kcal por pessoa, por dia, sendo 1.536 kcal no meio urbano, e 1.973 kcal no meio rural. Em 2002-2003, a disponibilidade média nacional era de 1.791 kcal, por dia.

Segundo o levantamento, no entanto, não é possível afirmar que a probabilidade de déficits calóricos no país é maior no meio urbano do que no meio rural. Isso porque não são objetos de estudo a fração dos alimentos efetivamente consumida pelas famílias e as quantidades de alimentos referentes ao consumo fora do domicílio.

A participação relativa de grupos de alimentos no total de alimentos disponíveis para consumo no domicílio indica que alimentos básicos de origem vegetal (cereais, leguminosas e raízes e tubérculos) correspondem a 45% das calorias totais. A seguir, com 28%, estão os alimentos essencialmente calóricos (óleos e gorduras vegetais, gordura animal, açúcar de mesa e refrigerantes e bebidas alcoólicas) e, com 19%, estão os produtos de origem animal (carnes, leite e derivados e ovos).

Frutas, verduras e legumes correspondem a apenas 2,8% das calorias totais, ou cerca de um quarto das recomendações para o consumo desses alimentos (pelo menos 400 gramas diárias). Refeições prontas e misturas industrializadas correspondem a 4,6% das calorias totais. Já a participação de condimentos (0,3%) e oleaginosas (0,2%) é pouco expressiva.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Fórmula alimentar é uma promessa no tratamento da doença de Alzheimer precoce

Autora: Caroline Cassels
Publicado em 02/07/2010

Uma nova pesquisa sugere que a suplementação com uma fórmula alimentar que funciona restaurando sinapses parece melhorar a memória verbal em pacientes com doença de Alzheimer (DA) leve.

Os resultados de um ensaio clínico controlado, duplo-cego, randomizado, de 12 semanas, evidenciaram que 40% dos pacientes randomizados a receber o produto ativo Souvenaid, uma bebida com múltiplos nutrientes, experimentaram melhorias na memória verbal quando comparados a 25% dos participantes que receberam uma bebida controle.

“No critério de validação primário de memória, observamos um efeito em 3 meses modesto, mas estatisticamente significativo, em favor do Souvenaid. Este é um estudo de prova de conceito desenvolvido para determinar se este produto é seguro e potencialmente eficaz.

Embora esses resultados sejam muito modestos, eles nos fornecem sinais suficientes para continuar essa pesquisa em ensaios clínicos maiores”, o pesquisador principal, Philip Scheltens, médico, PhD, diretor do Alzheimer's Centre, no Vrije Universiteit Medical Center em Amsterdã, na Holanda, contou à Medscape Psychiatry.

O estudo está publicado na edição de janeiro de Alzheimer's & Dementia.


Resultados pré-clínicos impressionantes

Desenvolvido para melhorar a formação de sinapses, o Souvenaid contém “os precursores e nutrientes de suporte necessários para agir em sinergia para aumentar a formação e a função da membrana em pacientes com DA”.

Resultados promissores de pesquisas pré-clínicas do Souvenaid lideradas por Richard J. Wurtman, médico, do Massachusetts Institute of Technology, em Cambridge, forneceram o ímpeto para o estudo atual.

“O Dr. Wurtman conduziu quase 10 anos de pesquisa básica com o Souvenaid em um grande número de modelos animais e in vitro com resultados muito impressionantes, e isso nos levou a organizar um ensaio clínico para que pudéssemos observá-lo com mais profundidade”, alegou o Dr. Scheltens.

Segundo o estudo, o Souvenaid inclui 3 precursores fosfatídios – uridina nucleotídeo, ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e colina – que são essenciais para a formação das membranas sinápticas.

“Esses nutrientes aumentam de forma sinérgica os níveis cerebrais das moléculas de fosfatídios que compõem a maior parte das membranas sinápticas e os níveis cerebrais de proteínas sinápticas específicas, sugerindo que eles também podem aumentar a formação de sinapses”, escrevem os autores do estudo.

Além disso, disse o Dr. Scheltens, a pesquisa animal e in vitro mostra que esses nutrientes causam brotamento dendrítico o que, por sua vez, leva a um aumento da produção de sinapses. “Nós achamos mais conexões estão sendo formadas e as conexões perdidas estão sendo restauradas”, disse ele.


Testado como um medicamento

Em 5 centros na Europa e Estados Unidos, o ensaio incluiu 225 pacientes virgens de tratamento com escores no Mini-Mental State Examination de 20 a 26. Os pacientes foram randomizados a receber o Souvenaid ou uma bebida placebo uma vez ao dia por 12 semanas.

As medidas do critério de validação primário do estudo foram tarefas de recordação verbal tardia no Wechsler Memory Scale–Revised (WMS-R) e a subescala de 13 itens modificada Alzheimer's Disease Assessment Scale-cognitive (ADAS-cog).

“Basicamente, nós pegamos essa bebida composta por múltiplos nutrientes e criamos um ensaio da doença de Alzheimer bem padronizado como se fosse um medicamento”, disse o Dr. Scheltens.

Em 12 semanas, os pesquisadores descobriram melhorias significativas nos escores do WMS-R de recordação verbal tardia no grupo do Souvenaid comparado ao grupo placebo (P = ,021). Todavia, não houve mudanças nos escores ADAS-cog em qualquer grupo.

“Não observamos qualquer efeito no ADAS-cog. Existem algumas explicações possíveis para isso. Pode ser que o ADAS-cog não seja muito sensível nos estágios mais precoces da doença de Alzheimer ou talvez o estudo não tenha tido poder suficiente para extrair essas informações”, afirmou o Dr. Scheltens.

Os pesquisadores também concluíram que pacientes no grupo de tratamento ativo que apresentaram doença de Alzheimer mais leve evidenciaram as melhores melhorias.


Equivalente a um ensaio farmacêutico de fase 2

Segundo o Dr. Scheltens, o suplemento foi bem tolerado, e não houve diferenças significativas na incidência de eventos adversos entre os 2 grupos de estudo. Além disso, a maioria dos eventos adversos não foi relacionada aos produtos do estudo.

O estudo também incluiu um período de extensão de 3 meses durante o qual os pacientes poderiam escolher continuar o regime duplo-cego ou iniciar a suplementação aberta com o Souvenaid. Cerca de 85% dos indivíduos continuaram o regime duplo-cego, fornecendo aos pesquisadores 6 meses de dados, os quais os pesquisadores estão analisando no momento.

“Se este fosse um estudo farmacêutico, seria equivalente a um ensaio de fase 2. Nós queríamos verificar se o Souvenaid era seguro, bem tolerado e efetivo, e de fato esses resultados precoces parecem positivos. Contudo, ainda é muito cedo para fazer quaisquer recomendações clínicas com base neles”, disse o Dr. Scheltens.

Não obstante, ele acrescentou, se os resultados de 3 grandes ensaios clínicos atualmente em andamento nos Estados Unidos e Europa replicarem esses resultados, o Souvenaid pode fornecer aos clínicos outra opção de tratamento para seus pacientes.

“Se os resultados desses ensaios forem positivos, e é claro que esperamos que eles sejam, isso nos daria uma complementação muito necessária para nossa estratégia de tratamento de pacientes com DA. Não estou dizendo que isso substituiria os inibidores da colinesterase, mas seria um complemento.

“O Souvenaid é seguro e muito atraente para os pacientes. Ele é muito bem tolerado e nós também observamos que o IMC [índice de massa corporal] no grupo de tratamento ativo subiu um pouco e os pacientes sentiram-se melhores de forma geral. Portanto, nós acreditamos que ele tem o potencial para ser uma boa adição à atual estratégia de tratamento, o que irá beneficiar a memória dos pacientes”, alegou o Dr. Scheltens.

Além disso, ele acrescentou, é possível que o Souvenaid possa ter utilidades clínicas que se estendem da doença de Alzheimer a outros distúrbios neurodegenerativos, como a doença de Parkinson ou outras condições que envolvem a perda de sinapses.


Problemas regulatórios

A Alzheimer's Association expressou preocupação sobre os chamados alimentos médicos em geral – principalmente porque sua eficácia ainda não foi provada. O médico e cientista chefe, William Thies, PhD, contou à Medscape Psychiatry, que o rigor com que o Dr. Scheltens e sua equipe estão testando o Souvenaid é tranquilizador.

Entretanto, ele apontou, existe uma grande questão regulatória que necessita ser abordada, observando que a US Food and Drug Administration não exige o mesmo nível de testes para a aprovação de alimentos médicos como o faz para medicamentos, deixando os pacientes e suas famílias vulneráveis a alegações não comprovadas.

O Dr. Scheltens alegou que seu grupo compartilha as preocupações da associação. “É por isso que estamos fazendo esses ensaios. Eu acho que antes de persuadir os médicos a prescreverem algo, é preciso ter provas. Eu nunca prescreveria qualquer coisa se não a tivesse visto ser testada. Para mim, o fato de que alimentos médicos possuem uma via regulatória diferente é irrelevante. Eu preciso observar evidências de ensaios clínicos”, disse ele.



O estudo foi financiado pelo um fundo ilimitado da Danone Research. O Dr. Scheltens não declarou quaisquer relações financeiras relevantes. As declarações dos outros pesquisadores estão divulgadas no artigo original.

Alzheimers Dement. 2010;6:1-10.

Informação sobre a autora: Caroline Cassels é chefe de reportagem da Medscape Psychiatry. Jornalista médica e da área de saúde há 20 anos, ela escreveu extensivamente para o público médico e consumidor geral. Ela ajudou a lançar e foi editora da Health Digest, uma premiada publicação canadense destinada a consumidores da área de saúde. Carolina também foi editora nacional do web site canadense Heart & Stroke Foundation antes de se juntar à Medscape Neurology & Neurosurgery em 2005 e venceu o American Academy of Neurology Journalism Fellowship Award de 2008.

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Outra publicação:

uridina

A uridina, de designação química 1-β-D-ribofuranosil-uracilo, consiste num nucleótido formado pelo açúcar ribose e pelo composto orgânico azotado uracilo.
A união da uridina com uma ou mais moléculas de ácido fosfórico dá lugar a ribonucleótidos de grande importância no metabolismo. Assim, o monofosfato-5 de uridina (ácido uridílico, UMP) é um produto inicial para a síntese de outros nucleótidos pirimidínicos e um dos blocos estruturais dos ácidos ribonucleicos; o difosfato-5 de uridina (UDP) e o trifosfato-5 de uridina (UTP) intervêm na síntese do glucogénio e das glicoproteínas; o monofosfato cíclico 3,5 de uridina (UMP cíclico) fá-lo também em determinados processos de regulação da célula.


Como referenciar este artigo:
uridina. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-12-18].
Disponível na www: .

domingo, 12 de dezembro de 2010

Polifenóis, carotenos e fitonutrientes


O que são fitonutrientes e onde são encontrados

O termo “fito” é originário do grego e significa planta. Fitonutrientes são certos componentes orgânicos das plantas que acredita-se promover a saúde humana. Frutas, vegetais, grãos, legumes, nozes e chás são fontes ricas de fitonutrientes. Os fitonutrientes também são conhecidos como fitoquímicos.

Principais classes de fitonutrientes

As principais classes de fitonutrientes são:
* Caretenóides e carotenos.
* Flavonóides (polifenóis) incluindo isoflavonas.
* Fitatos.
* Fitoestrogênios.
* Isotiocianatos.
* Fenóis.
* Sapopinas.
* Sulfidos.
* Terpenos.

O que são polifenóis

Os polifenóis são componentes naturais de uma ampla variedade de plantas e são conhecidos com metabólitos secundários. 


Fontes alimentares de polifenóis incluem cebola, maçã, chá, vinho tinto, uvas vermelhas, suco de uva, morango e certas nozes. Os polifenóis podem ser classificados em flavonóides e não-flavonóides.

O que são carotenóides e carotenos

Os caretenóides são divididos em duas classes: xantofilas e carotenos entre os quais se encontram o beta-caroteno (pró-vitamina A ) e o licopeno. Os carotenóides são responsáveis pelo pigmentos vermelhos, laranjas e amarelos em frutas e vegetais. Frutas e vegetais ricos em carotenos parecem proteger as pessoas de certos tipos de câncer, doença cardíaca e degeneração macular relacionada à idade.