Pesquisa mostra que, apesar dos nutrientes benéficos, peixe pode aumentar a pressão
O impacto negativo na pressão arterial causado por altas quantidades de mercúrio nos frutos do mar pode anular os efeitos cardioprotetores de nutrientes encontrados nos peixes, segundo pesquisa publicada no jornal Hypertension, da American Heart Association.
Os pesquisadores afirmam que, mesmo quando a pressão arterial está em níveis normais e com o aporte de ômega 3 (gordura essencial benéfica ao coração), selênio (sal mineral essencial) e outros nutrientes garantido, o nível de mercúrio no alimento causa aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca.
A pesquisa foi feita com a população Nunavik, que vive no norte da província de Quebec, no Canadá. A dieta tradicional dos Nunavik é basicamente composta por peixes.
Os pesquisadores excluíram do estudo os habitantes que estavam tomando medicamentos para pressão alta durante a coleta dos dados. No total, foram avaliados 732 adultos (319 homens e 413 mulheres) com idade média de 34 anos.
Foi observado que o aumento de 10% de mercúrio no sangue eleva em 0,2 mm/Hg a pressão arterial sistólica.
Segundo o coordenador do estudo, Eric Dewailly, da Universidade Laval, os nutrientes do peixe não modificaram o efeito do mercúrio na pressão sanguínea.
“Sabemos que a exposição crônica a baixas concentrações de mercúrio ambiental aumenta o estresse oxidativo o que, indiretamente, pode aumentar a pressão arterial”, diz Dewailly.
Os ácidos graxos ômega 3 são bastante conhecidos por seus benefícios à saúde do coração. Segundo os autores do estudo, essa foi a primeira pesquisa que avaliou a influência do ômega 3 e do selênio dos peixes em associação com os níveis de mercúrio e a pressão arterial.
“Os resultados sugerem que comer grandes quantidades de espécies de peixe que contém altas concentrações de mercúrio, como os grandes predadores (atum, peixe espada,, tubarão etc.) não é uma boa ideia para a sua saúde”, diz Dewailly.
A Associação Americana do Coração recomenda o consumo de peixes pelo menos duas vezes por semana, com ênfase no consumo de peixes oleosos – sardinha, arenque, truta, salmão – que têm altas quantidades de ômega 3.
Dietas ricas em ômega 3 têm sido associadas à redução do risco de infarto e de mortes por causas cardiovasculares.
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