O envelhecimento inicia-se quando cessa o crescimento e o desenvolvimento.
Os 65 anos dão entrada na 3ª idade, se envelhece quando as estruturas orgânicas e a sua actividade entram em perda e os ritmos de construção estrutural e de funcionamento biológico não superam os ritmos de destruição e de debilidade funcional.
Nutrição na Terceira Idade
Os factores de envelhecimento são: genéticos, ambientais (nutricionais) e de estilo de vida. Os objectivos da intervenção nutricional são: prolongar a vida e impedir doenças causadas por erros alimentares e por má nutrição.
Num estudo realizado recentemente a dimensão do problema de má nutrição nos idosos poderá passar por um factor limitante, um exemplo é a hospitalização: em que 25% dos indivíduos com mais de 65 anos são mal nutridos; 40% dos idosos assistidos em casa que requerem cuidados médicos ou de enfermaria sofrem de má nutrição e 50% dos idosos hospitalizados sofrem de má nutrição.
Em relação ao peso, o que se verifica nos idosos do sexo feminino é um aumento até aos 50 anos, estabilização aos 50/60 até aos 70 anos e diminuição a partir dos 70 anos e no sexo masculino um aumento de peso até aos 40 anos, estabilização dos 40/50 até 70 anos e uma diminuição a partir dos 70 anos.
Em relação a estatura há uma diminuição de 3 cm, devido a alteração dos discos intervertebrais, da postura e da densidade dos ossos (osteoporose).
Alterações fisiológicas que interferem com a nutrição
A. Por dificultarem a digestão:
Alteração da percepção dos sabores: diminuição do gosto e olfacto e próteses dentárias;
Deglutição difícil: diminuição do débito salivar e xerostomia (boca seca);
Mastigação dificultada: perda dos dentes e próteses.
B. Por diminuição da absorção:
Diminuição da mobilidade intestinal;
Renovação lenta das células da mucosa do intestino delgado;
Diminuição da produção de lípase, amílase e pepsina;
Hipocloridria (diminuição da quantidade de ácido clorídrico) e acloridria (ausência total de ácido clorídrico).
As causas de má nutrição são:
Pobreza
Ignorância
Imobilidade
Má dentição
Ingestão lenta
Isolamento (leva à monotonia e a repetição de determinadas refeições)
Solidão
Viuvez
Depressão
Anorexia
Alcoolismo
Trémulo
Medicações
Doenças crónicas associadas
As necessidades energéticas diminuem porque há menos exercício físico, diminuição do metabolismo basal (corresponde a quantidade de energia que permite a um indivíduo assumir os consumos vitais, não passíveis de interrupção, se pretender assegurar a continuidade da vida) e diminuição da termogénese alimentar (é um facto que a produção de calor aumenta depois de uma refeição, quer esta se realize de forma oral ou parenteral), ocasionando assim obesidade e má nutrição com necessidades inferiores a 1500 Kcal, esse aporte diário em energia pode não prover os micronutrientes necessários provocando assim o uso indiscriminado de suplementos vitamínicos e minerais.
Há uma diminuição do metabolismo basal, portanto é de ponderar e analisar as seguintes consequências desse decréscimo, porque há diminuição da massa muscular: 450g/Kg (20-30anos); 300g/Kg (70 e mais anos), ou seja, menos 6,3 % por década; diminuição da actividade física e consequentemente o aumento da massa gorda e sua distribuição.
Necessidades nutricionais em proteínas não diminuem e aumentam com a doença e o stress, em relação aos lípidos deve-se ter em conta o aspecto qualitativo e quantitativo,ou seja, diminuição da gordura saturada, principalmente os ácidos láurico, mirístico, palmítico (mais agressivo) e o esteárico, diminuição da ingestão de colesterol, aumentar a ingestão de poli e monoinsaturados e diminuir a participação global das gorduras na dieta.
No que diz respeito aos hidratos de carbono (vulgarmente conhecidos como açúcares), quando há diabetes manifesta deve-se reduzir moderadamente os hidratos de carbono. Em idade avançada a tolerância à glicose diminui e a tolerância normal aumenta. Podemos considerar diabetes quando os valores glicémicos em jejum estão a 126 mg ou mais após três medições sucessivas.
Relativamente as necessidades hídricas (serão de 1 ml/Kcal/dia ou 30mI/Kg/dia), a sensação de sede diminui e a capacidade de concentração urinária também, bem como, a resposta da hormona vasopressina à desidratação.
Em relação a vitamina A, as necessidades diminuem, devido a boa capacidade para armazenar, aumento da eficiência para absorver e a sua remoção plasmática é mais lenta (turnover baixo), porém, consequentemente poderá provocar uma hipervitaminose por vitamina A. Relativamente a vitamina D, há uma diminuição dos níveis plasmáticos devido incapacidade da pele para síntese e absorção desta vitamina, diminuição da exposição solar, intolerância à lactose e absorção deficiente de lípidos. A absorção da vitamina D é optimizada com uma exposição ao sol de 10 minutos duas vezes por semana a 30 minutos por dia, pois, esta vitamina está associada a absorção pelo organismo de cálcio.
O álcool neste grupo etário deve ser diminuído ou eliminado, devido ao perigo de dependência nesta idade e a dificuldade na sua metabolização, porque o peso do fígado entre os 20-70 anos é igual a 25g/kg e aos 70 anos e mais é de 20g/Kg, ou seja, com a diminuição do peso do fígado há uma menor capacidade para a metabolização do mesmo.
Consequentemente, os problemas de saúde mais comuns em idosos, relacionados com uma alimentação mal programada e estruturada são:
Obesidade com atrofia da massa magra;
Arteriosclerose;
Diabetes;
Hipertensão arterial e vasculopatia;
Doenças do coração;
Doenças osteoarticulares (mais frequentes em mulheres, como por exemplo a osteoporose);
Insuficiência digestiva
Obstipação;
Litíase biliar (“pedras” na vesícula);
Magreza e desnutrição.
As características da alimentação que gera doença e que acelera o envelhecimento e encurta a vida são:
Alimentação caloricamente excedentária
Obesidade com insulino-resistência
Alimentação tóxica, pró-oxidante e sem protectores
Bebidas alcoólicas com quantidades médias e elevadas
Alimentação monótona, com deficiências nutricionais ocultas e prolongadas ( sejam caloricamente excessivas, deficitárias ou justas)
Subnutrição desnutrição proteico-calórica
Défice proteico prolongado.
A maioria dos idosos das sociedades ocidentalizadas ingere cerca de 2 a 5 medicamentos por dia e suportam com 2.5 vezes mais efeitos secundários do que na meia-idade, pois o passo inicial desintoxicante para maior parte dos medicamentos segue a via do citocromo P-450 hepático cuja a capacidade declina com os anos e a conjugação de moléculas heterólogas, como por exemplo:
o Álcool em excesso
o Gorduras alteradas, inquinantes
o Xenobióticos
o Carência em amido e substâncias protectoras ( antioxidantes…)
o Uso pesado de biguanidas, antibióticos, anti-ácidos, laxantes, cimetidina, anti-inflamatórios não esteróides, etc.
A alimentação conforme o padrão de alimentação saudável propicia saúde e alonga esperança de vida, bem como o exercício físico regular moderado ou leve e composição corporal normal.
Alguns problemas biológicos nos idosos:
Há uma modificação da composição corporal, com uma redução progressiva da massa muscular (sarcopenia) e com forte correlação com o declínio de: sensibilidade à insulina, metabolismo basal e necessidades energéticas, força muscular, mobilidade e autonomia, função respiratória e forte correlação com inabilidade física e risco de queda;
Redução progressiva da matriz proteica óssea e da mineralização
Perda de peso ou sobrecarga ( obesidade – a prevalência cresce nas sociedades ocidentalizadas com a redução da relação massa magra/ massa gorda.
Exercício físico, ajuste alimentar ou ambos?
o Boa ração proteica, superior às RDA ( com 1.2g/Kg/dia) beneficia a formação e manutenção da massa e força musculares; sobrecarga pode ser lesiva.
o Permitir a obesidade é mau. Baixar calorias para níveis requeridos por sedentários pode acarretar défices nutricionais;
o Aos 65 anos com actividade atlética, composição corporal semelhante aos 35 anos
o Após os 80 anos, um modesto treino de resistência diário, ao fim de 2 meses pode duplicar a capacidade muscular; e ao fim de 4, aumentar 50% , ou mais, da massa muscular, inclusive em emagrecidos e debilitados, desde que adequadamente realimentados ( Fiatarone 1994);
o Sarcopenia , alimentação deficiente em energia e proteínas, e declínio da mobilidade correlacionam-se fortemente com demência tipo Alzheimer ( R Dvorak 1998).
o Em todos os casos de sarcopenia e disfunção cognitiva a primeira exigência é uma intervenção nutricional adequada e mobilizar.
A deterioração neurocognitiva:
Instala-se com o avançar dos anos, mais cedo ou mais tarde, desde defeitos amnésicos ligeiros até demência vascular ou do tipo Alzheimer ( nas sociedades ocidentais, 10 a 15% dos idosos com deterioração neurocognitiva de média gravidade tendem a desenvolver doença de Alzheimer);
Concorda-se com a intensidade e conjugação dos seguintes défices nutricionais e alimentares:
Tiamina (Vitamina B1): ansiedade, défice mental, neuropatia periférica, beribéri, síndroma Wernicke-Korsakoff ( lesão do beribéri no sistema nervoso central);
Niacina (Vitamina PP): demência, pelagra
Ácido pantoténico ( Vitamina B5): degenerescência mielínica
Hiper- Homocisteinemia: a homocisteína também é neurotóxica, limita a capacidade metil-receptora da mielina, de neurotransmissores e de fosfolípidos membranas. Em populações ocidentais, 0.5 a 5 mg de ácido fólico e mais 0.5 mg de vitamina B12 / dia pode reduzir até 35% aos níveis de homocisteína ( Meta-análise BMJ 1998)
o Vitamina B6: neuropatia periférica; convulsões
o Folatos: irritabilidade, depressão
o Vitamina B12: neuropatia periférica e demência
o Vitamina E: degenerescência espino cerebelar, axionopatia
o Ácido ascórbico: défice amnésico
Idosos aparentemente saudáveis com défices ligeiros de uma ou mais destas vitaminas comportam-se pior em testes de memória e pensamento abstracto.
Em certas linhagens, número e funções de receptores cerebrais para a colecistocinina, endorfinas opióides e serotonina declinam com a idade em conjugação com a perda do olfacto e paladar que poderão influenciar comportamentos.
Com a diabetes mellitus tipo 2 e hipoglicemia temporária relativa, pois a glicose é percursora da acetilcolina e de outros neurotransmissores.
O declínio neurocognitivo correlaciona-se com a baixa ingestão de ácido linoleico (baixo consumo regular de peixe).
O défice prolongado e oculto de antioxidantes pode levar as alterações neurocognitivas dos idosos; muitas razões teóricas para o admitir, fraca evidência do efeito de suplementação isolada experimental e grande evidência do efeito protector da alimentação saudável.
Catarata e degenerescência macular:
o Devido ao défice combinado de vitamina C, carotenos, Vitamina E e ácidos gordos ómega 3;
o Estudos randomizados entre fast-food e alimentação saudável estabelecem relações consistentes: alimentação rica em alimentos hortofrutícolas e escassa quer de gorduras “saturadas” quer de processados é um objectivo útil ( S. Henry et al, 1999).
o Alimentos enriquecidos com zeaxantina e luteína (carotenóides antioxidantes);
Imunodeficiência :
o Concorda-se com défice combinado e ainda que ligeiro de B6, B12, folato e C; A e E ; D3 ( importantíssima); Fe Zn, Se e Cu; e com défice de amino ácidos essenciais, amido e com os jejuns prolongados.
o As RDA americanas e menos as inglesas são insuficientes para modelar adequadamente as respostas imunes nos idosos.
o Com a idade:
§ Inibição das funções dos linfócitos T
§ Redução da produção e actividade de anticorpos
§ Má discriminação entre hetero e auto-respostas
§ Grande heterogeneidade de resposta.
o Osteoporose e osteomalacia: quando complexo multifactorial e não apenas nutricional
Perigosas conjunturas em idosos:
o Défice de magnésio
§ Debilidade muscular, sobressaltos, irritabilidade, fragilidade óssea
§ Níveis elevados de citoquinas e neuropéptidos pró-oxidativos, efeitos pró-inflamatórios, mais AVC, necrose miocárdica,liproproteínas oxidadas, HTA mais elevada, menos ATP.
§ Os idosos Consomem cacau, sementes, leguminosas, caril, pão completo, vegetais verdes, infusões apresentam níveis elevados ou normais de magnésio;
§ Os idoso com diurese osmótica, diuréticos, hiperaldosteronismo secundário, abuso de bebidas alcoólicas de sal, avitaminose D, diabetes mellitus, dieta selvagem, alimentos pobres níveis baixos de magnésio.
o Sódio a mais: HTA e suas complicações, interage com défices de Ca, K e Mg, água potável, exercício regular e excesso de peso.
o Défice de cálcio: dose recomendada ao idoso 1500 mg/dia e 600 a 800 U/dia ( = 15 a 20 mg) de D3. faz aumentar a absorção:
o Fraccionamento da ração pelo dia;
o Refeições pequenas;
o Digerir e absorver bem as gorduras;
o Não consumir farelos. Magnésio e oxalatos em simultâneo;
o Preferir fornecedores com boa disponiblização
o O que aumenta a excreção urinária ( ração elevada de proteínas e sal).
o Défice de vitamina B6
o Défice imunitário, neuropatia periférica, convulsões, dermite descamativa, hiperceratose
o A ingestão durante anos de anticoncepcionais, estrogéneos e isoniazida, comida de cafeteira diminui os níveis dessa vitamina;
o A ingestão de cereais completos,fígado, carne magra, fruta, hortaliça aumentam os níveis.
o Alimentação pobre em antioxidantes naturais relacionam-se com stress oxidativo .
o Acúmulo de ferro e ferritina: quando aumentam coma idade acresce o risco de DCI.
o Défice de vitamina D
o Debilidade muscular, absorção prejudicada de Ca e Mg, mineralização deficiente e perda de massa óssea, imunodeficiência, asma , HTA….
o Os que apanham sol, comem enguias, cavala, sardinha, atum, gema de ovo aumentam os níveis;
o Os que tomam anti-epilépticos apresentam diminuídas as capacidades cutâneas , hepática e renal para formar 7-deidrocolesterol e levá-lo até 1.25 deidrocolecalciferol.
Cuidados nutricionais para se envelhecer com êxito:
o Calorias ajustadas à variação do metabolismo e ao exigido pelo exercício
o Ração proteica superior às RDA: perto de 1.2 g/Kg/dia -atender à função renal, com o envelhecimento as necessidades proteicas aumentam, apear do declínio da massa muscular, do anabolismo proteico e da actividade física;
o Cálcio perto de 1.5 g/dia; atender a imobilidade e insolação;
o Nutrientes reguladores em doses superior às RDA : ter em atenção a acloridria, defice do factor intrínseco, polimedicação, doenças, etc;
o Ração normal -alta de fibras: ter em atenção a tolerância e a culinária , aos modos de confecção;
o Lípidos limitados a 25% das calorias, preferir os Polinsaturados e monoinsaturados;
o Culinária de óptima qualidade gastronómica e que disponibilize nutrientes, reduzir o sal e preferir porções modestas de especiarias e ervas aromáticas;
o Consumir alimentos amiláceos com um baixo índice glicémico em todas as refeições preferindo-os a fornecedores de outros tipos de glícidos.
Nutrientes essenciais para a terceira idade:
SELÉNIO - Estudos recentes publicados no Journal of the American Medical Association (JAMA), revelam que 200 µg de selénio por dia podem contribuir para reduzir o risco do cancro da próstata em 69%, do cólon em 64% e do pulmão em 39%. É essencial ao desenvolvimento de vários tecidos humanos, actuando também em conjunto com a vitamina E.
MAGNÉSIO - O magnésio desempenha um importante papel no bom funcionamento e saúde do sistema nervoso e dos músculos.
ZINCO: O zinco é necessário para a reparação dos tecidos e a cura das feridas pode ser retardada na presença de deficiência manifesta de zinco. A diminuição da acuidade do gosto, em indivíduos idosos anoréxicos, também já foi associada à deficiência de zinco (Goode et al. 1991).
ÁCIDO FÓLICO – O ácido fólico, para além de exercer os seus efeitos vitamínicos, nomeadamente na hematopoiese, baixa de forma significativa os níveis plasmáticos de homocisteína, um reconhecido factor de risco cardiovascular. A presença de vitamina B6 reforça esta acção. Por outro lado, um estudo recente publicado no British Medical Journal (BMJ) de Junho de 2002 revelou que níveis mais elevados de ácido fólico podem reduzir o risco de doença de Alzheimer. O estudo levanta a hipótese de evitar a demência através do consumo de mais ácido fólico e vitaminas B6 e B12, o que poderá baixar os níveis de homocisteína.
LUTEÍNA - antioxidante endógeno específico da retina, o princípio activo por excelência para a prevenção da Degenerescência Macular da Idade (DMI). A luteína/zeaxantina são carotenóides da família das xantofilas e, ao contrário dos carotenos, as xantofilas não têm actividade pró-vitamínica A. A zeaxantina é um estereoisómero da luteína presente na dieta humana em quantidades muito inferiores à luteína, além do que, a mácula consegue obter zeaxantina a partir da luteína.
O Journal of the American Medical Association (JAMA) revela que o consumo regular de luteína pode reduzir em 48% o risco de desenvolvimento da DMI. Por outro lado, um estudo realizado pelo National Institute of Health, nos EUA, demonstrou que a população que ingere diariamente 4 a 5 refeições ricas em luteína e zeaxantina experimentou uma diminuição de 43% do risco de desenvolvimento de DMI. A luteína encontra-se, principalmente, em legumes de folha verde e frutos. Não há nenhuma recomendação oficial sobre a quantidade diária de luteína a ingerir, mas especialistas recomendam cerca de 6 mg por dia.
Vitaminas e sais minerais que podem ser declarados e respectiva dose diária recomendada (DDR)
Vitamina A (µg)
800
Vitamina D (µg)
5
Vitamina E (mg)
10
Vitamina C (mg)
60
Tiamina (mg)
1,4
Riboflavina (mg)
1,6
Niacina (mg)
18
Vitamina B6 (mg)
2
Ácido fólico (µg)
200
Vitamina B12 (ug)
1
Biotina (mg)
0,15
Ácido pantoténico (mg)
6
Cálcio (mg)
800
Fósforo (mg)
800
Ferro (mg)
14
Magnésio (mg)
300
Zinco (mg)
15
lodo (µg)
150
De um modo geral, a quantidade a tomar em consideração para decidir o que constitui uma quantidade significativa corresponde a 15 % da dose diária recomendada.
BIBLIOGRAFIA:
o Visvanathan R, Newbury JW, Chapman I.Malnutrition in older people–screening and management strategies.Aust Fam Physician. 2004 Oct;33(10):799-805. Review.
o Langer G, Schloemer G, Knerr A, Kuss O, Behrens J. Nutritional interventions for preventing and treating pressure ulcers.
Cochrane Database Syst Rev. 2003;(4):CD003216. Review.
o Boushey CJ, Beresford SAA, Omenn GS, et al. A quantitative assessment of plasma homocysteine as a risk factor for vascular disease: probable benefits of increasing folic acid intakes. JAMA 1995;274:1049-57
o Lawrence JM, Petitti DB, Watkins M, Umekubo MA. Trends in serum folate after food fortification. Lancet 1999;354:915-6
o Lindenbaum J, Rosenberg I, Wilson P, Stabler SP, Allen RH. Prevalence of cobalamin deficiency in the Framingham elderly population. Am J Clin Nutr 1994;60:2-11Johnson MA, Hawthorne NA, BrackettWR, Fischer JG, Gunter EW, Allen RH, Stabler SP. Hyperhomocysteinemia and vitamin B-12 deficiency in elderly using Title IIIc nutrition services.
Am J Clin Nutr. 2003 Jan;77(1):211-20.
o Van Leeuwen R, BoeKhoorn S, Vingerling JR, Witteman JC, Klaver CC, Hofman A, de Jong PT. Dietary intake of antioxidants and risk of age-related macular degeneration.JAMA. 2005 Dec 28;294(24):3101-7.
Os 65 anos dão entrada na 3ª idade, se envelhece quando as estruturas orgânicas e a sua actividade entram em perda e os ritmos de construção estrutural e de funcionamento biológico não superam os ritmos de destruição e de debilidade funcional.
Nutrição na Terceira Idade
Os factores de envelhecimento são: genéticos, ambientais (nutricionais) e de estilo de vida. Os objectivos da intervenção nutricional são: prolongar a vida e impedir doenças causadas por erros alimentares e por má nutrição.
Num estudo realizado recentemente a dimensão do problema de má nutrição nos idosos poderá passar por um factor limitante, um exemplo é a hospitalização: em que 25% dos indivíduos com mais de 65 anos são mal nutridos; 40% dos idosos assistidos em casa que requerem cuidados médicos ou de enfermaria sofrem de má nutrição e 50% dos idosos hospitalizados sofrem de má nutrição.
Em relação ao peso, o que se verifica nos idosos do sexo feminino é um aumento até aos 50 anos, estabilização aos 50/60 até aos 70 anos e diminuição a partir dos 70 anos e no sexo masculino um aumento de peso até aos 40 anos, estabilização dos 40/50 até 70 anos e uma diminuição a partir dos 70 anos.
Em relação a estatura há uma diminuição de 3 cm, devido a alteração dos discos intervertebrais, da postura e da densidade dos ossos (osteoporose).
Alterações fisiológicas que interferem com a nutrição
A. Por dificultarem a digestão:
Alteração da percepção dos sabores: diminuição do gosto e olfacto e próteses dentárias;
Deglutição difícil: diminuição do débito salivar e xerostomia (boca seca);
Mastigação dificultada: perda dos dentes e próteses.
B. Por diminuição da absorção:
Diminuição da mobilidade intestinal;
Renovação lenta das células da mucosa do intestino delgado;
Diminuição da produção de lípase, amílase e pepsina;
Hipocloridria (diminuição da quantidade de ácido clorídrico) e acloridria (ausência total de ácido clorídrico).
As causas de má nutrição são:
Pobreza
Ignorância
Imobilidade
Má dentição
Ingestão lenta
Isolamento (leva à monotonia e a repetição de determinadas refeições)
Solidão
Viuvez
Depressão
Anorexia
Alcoolismo
Trémulo
Medicações
Doenças crónicas associadas
As necessidades energéticas diminuem porque há menos exercício físico, diminuição do metabolismo basal (corresponde a quantidade de energia que permite a um indivíduo assumir os consumos vitais, não passíveis de interrupção, se pretender assegurar a continuidade da vida) e diminuição da termogénese alimentar (é um facto que a produção de calor aumenta depois de uma refeição, quer esta se realize de forma oral ou parenteral), ocasionando assim obesidade e má nutrição com necessidades inferiores a 1500 Kcal, esse aporte diário em energia pode não prover os micronutrientes necessários provocando assim o uso indiscriminado de suplementos vitamínicos e minerais.
Há uma diminuição do metabolismo basal, portanto é de ponderar e analisar as seguintes consequências desse decréscimo, porque há diminuição da massa muscular: 450g/Kg (20-30anos); 300g/Kg (70 e mais anos), ou seja, menos 6,3 % por década; diminuição da actividade física e consequentemente o aumento da massa gorda e sua distribuição.
Necessidades nutricionais em proteínas não diminuem e aumentam com a doença e o stress, em relação aos lípidos deve-se ter em conta o aspecto qualitativo e quantitativo,ou seja, diminuição da gordura saturada, principalmente os ácidos láurico, mirístico, palmítico (mais agressivo) e o esteárico, diminuição da ingestão de colesterol, aumentar a ingestão de poli e monoinsaturados e diminuir a participação global das gorduras na dieta.
No que diz respeito aos hidratos de carbono (vulgarmente conhecidos como açúcares), quando há diabetes manifesta deve-se reduzir moderadamente os hidratos de carbono. Em idade avançada a tolerância à glicose diminui e a tolerância normal aumenta. Podemos considerar diabetes quando os valores glicémicos em jejum estão a 126 mg ou mais após três medições sucessivas.
Relativamente as necessidades hídricas (serão de 1 ml/Kcal/dia ou 30mI/Kg/dia), a sensação de sede diminui e a capacidade de concentração urinária também, bem como, a resposta da hormona vasopressina à desidratação.
Em relação a vitamina A, as necessidades diminuem, devido a boa capacidade para armazenar, aumento da eficiência para absorver e a sua remoção plasmática é mais lenta (turnover baixo), porém, consequentemente poderá provocar uma hipervitaminose por vitamina A. Relativamente a vitamina D, há uma diminuição dos níveis plasmáticos devido incapacidade da pele para síntese e absorção desta vitamina, diminuição da exposição solar, intolerância à lactose e absorção deficiente de lípidos. A absorção da vitamina D é optimizada com uma exposição ao sol de 10 minutos duas vezes por semana a 30 minutos por dia, pois, esta vitamina está associada a absorção pelo organismo de cálcio.
O álcool neste grupo etário deve ser diminuído ou eliminado, devido ao perigo de dependência nesta idade e a dificuldade na sua metabolização, porque o peso do fígado entre os 20-70 anos é igual a 25g/kg e aos 70 anos e mais é de 20g/Kg, ou seja, com a diminuição do peso do fígado há uma menor capacidade para a metabolização do mesmo.
Consequentemente, os problemas de saúde mais comuns em idosos, relacionados com uma alimentação mal programada e estruturada são:
Obesidade com atrofia da massa magra;
Arteriosclerose;
Diabetes;
Hipertensão arterial e vasculopatia;
Doenças do coração;
Doenças osteoarticulares (mais frequentes em mulheres, como por exemplo a osteoporose);
Insuficiência digestiva
Obstipação;
Litíase biliar (“pedras” na vesícula);
Magreza e desnutrição.
As características da alimentação que gera doença e que acelera o envelhecimento e encurta a vida são:
Alimentação caloricamente excedentária
Obesidade com insulino-resistência
Alimentação tóxica, pró-oxidante e sem protectores
Bebidas alcoólicas com quantidades médias e elevadas
Alimentação monótona, com deficiências nutricionais ocultas e prolongadas ( sejam caloricamente excessivas, deficitárias ou justas)
Subnutrição desnutrição proteico-calórica
Défice proteico prolongado.
A maioria dos idosos das sociedades ocidentalizadas ingere cerca de 2 a 5 medicamentos por dia e suportam com 2.5 vezes mais efeitos secundários do que na meia-idade, pois o passo inicial desintoxicante para maior parte dos medicamentos segue a via do citocromo P-450 hepático cuja a capacidade declina com os anos e a conjugação de moléculas heterólogas, como por exemplo:
o Álcool em excesso
o Gorduras alteradas, inquinantes
o Xenobióticos
o Carência em amido e substâncias protectoras ( antioxidantes…)
o Uso pesado de biguanidas, antibióticos, anti-ácidos, laxantes, cimetidina, anti-inflamatórios não esteróides, etc.
A alimentação conforme o padrão de alimentação saudável propicia saúde e alonga esperança de vida, bem como o exercício físico regular moderado ou leve e composição corporal normal.
Alguns problemas biológicos nos idosos:
Há uma modificação da composição corporal, com uma redução progressiva da massa muscular (sarcopenia) e com forte correlação com o declínio de: sensibilidade à insulina, metabolismo basal e necessidades energéticas, força muscular, mobilidade e autonomia, função respiratória e forte correlação com inabilidade física e risco de queda;
Redução progressiva da matriz proteica óssea e da mineralização
Perda de peso ou sobrecarga ( obesidade – a prevalência cresce nas sociedades ocidentalizadas com a redução da relação massa magra/ massa gorda.
Exercício físico, ajuste alimentar ou ambos?
o Boa ração proteica, superior às RDA ( com 1.2g/Kg/dia) beneficia a formação e manutenção da massa e força musculares; sobrecarga pode ser lesiva.
o Permitir a obesidade é mau. Baixar calorias para níveis requeridos por sedentários pode acarretar défices nutricionais;
o Aos 65 anos com actividade atlética, composição corporal semelhante aos 35 anos
o Após os 80 anos, um modesto treino de resistência diário, ao fim de 2 meses pode duplicar a capacidade muscular; e ao fim de 4, aumentar 50% , ou mais, da massa muscular, inclusive em emagrecidos e debilitados, desde que adequadamente realimentados ( Fiatarone 1994);
o Sarcopenia , alimentação deficiente em energia e proteínas, e declínio da mobilidade correlacionam-se fortemente com demência tipo Alzheimer ( R Dvorak 1998).
o Em todos os casos de sarcopenia e disfunção cognitiva a primeira exigência é uma intervenção nutricional adequada e mobilizar.
A deterioração neurocognitiva:
Instala-se com o avançar dos anos, mais cedo ou mais tarde, desde defeitos amnésicos ligeiros até demência vascular ou do tipo Alzheimer ( nas sociedades ocidentais, 10 a 15% dos idosos com deterioração neurocognitiva de média gravidade tendem a desenvolver doença de Alzheimer);
Concorda-se com a intensidade e conjugação dos seguintes défices nutricionais e alimentares:
Tiamina (Vitamina B1): ansiedade, défice mental, neuropatia periférica, beribéri, síndroma Wernicke-Korsakoff ( lesão do beribéri no sistema nervoso central);
Niacina (Vitamina PP): demência, pelagra
Ácido pantoténico ( Vitamina B5): degenerescência mielínica
Hiper- Homocisteinemia: a homocisteína também é neurotóxica, limita a capacidade metil-receptora da mielina, de neurotransmissores e de fosfolípidos membranas. Em populações ocidentais, 0.5 a 5 mg de ácido fólico e mais 0.5 mg de vitamina B12 / dia pode reduzir até 35% aos níveis de homocisteína ( Meta-análise BMJ 1998)
o Vitamina B6: neuropatia periférica; convulsões
o Folatos: irritabilidade, depressão
o Vitamina B12: neuropatia periférica e demência
o Vitamina E: degenerescência espino cerebelar, axionopatia
o Ácido ascórbico: défice amnésico
Idosos aparentemente saudáveis com défices ligeiros de uma ou mais destas vitaminas comportam-se pior em testes de memória e pensamento abstracto.
Em certas linhagens, número e funções de receptores cerebrais para a colecistocinina, endorfinas opióides e serotonina declinam com a idade em conjugação com a perda do olfacto e paladar que poderão influenciar comportamentos.
Com a diabetes mellitus tipo 2 e hipoglicemia temporária relativa, pois a glicose é percursora da acetilcolina e de outros neurotransmissores.
O declínio neurocognitivo correlaciona-se com a baixa ingestão de ácido linoleico (baixo consumo regular de peixe).
O défice prolongado e oculto de antioxidantes pode levar as alterações neurocognitivas dos idosos; muitas razões teóricas para o admitir, fraca evidência do efeito de suplementação isolada experimental e grande evidência do efeito protector da alimentação saudável.
Catarata e degenerescência macular:
o Devido ao défice combinado de vitamina C, carotenos, Vitamina E e ácidos gordos ómega 3;
o Estudos randomizados entre fast-food e alimentação saudável estabelecem relações consistentes: alimentação rica em alimentos hortofrutícolas e escassa quer de gorduras “saturadas” quer de processados é um objectivo útil ( S. Henry et al, 1999).
o Alimentos enriquecidos com zeaxantina e luteína (carotenóides antioxidantes);
Imunodeficiência :
o Concorda-se com défice combinado e ainda que ligeiro de B6, B12, folato e C; A e E ; D3 ( importantíssima); Fe Zn, Se e Cu; e com défice de amino ácidos essenciais, amido e com os jejuns prolongados.
o As RDA americanas e menos as inglesas são insuficientes para modelar adequadamente as respostas imunes nos idosos.
o Com a idade:
§ Inibição das funções dos linfócitos T
§ Redução da produção e actividade de anticorpos
§ Má discriminação entre hetero e auto-respostas
§ Grande heterogeneidade de resposta.
o Osteoporose e osteomalacia: quando complexo multifactorial e não apenas nutricional
Perigosas conjunturas em idosos:
o Défice de magnésio
§ Debilidade muscular, sobressaltos, irritabilidade, fragilidade óssea
§ Níveis elevados de citoquinas e neuropéptidos pró-oxidativos, efeitos pró-inflamatórios, mais AVC, necrose miocárdica,liproproteínas oxidadas, HTA mais elevada, menos ATP.
§ Os idosos Consomem cacau, sementes, leguminosas, caril, pão completo, vegetais verdes, infusões apresentam níveis elevados ou normais de magnésio;
§ Os idoso com diurese osmótica, diuréticos, hiperaldosteronismo secundário, abuso de bebidas alcoólicas de sal, avitaminose D, diabetes mellitus, dieta selvagem, alimentos pobres níveis baixos de magnésio.
o Sódio a mais: HTA e suas complicações, interage com défices de Ca, K e Mg, água potável, exercício regular e excesso de peso.
o Défice de cálcio: dose recomendada ao idoso 1500 mg/dia e 600 a 800 U/dia ( = 15 a 20 mg) de D3. faz aumentar a absorção:
o Fraccionamento da ração pelo dia;
o Refeições pequenas;
o Digerir e absorver bem as gorduras;
o Não consumir farelos. Magnésio e oxalatos em simultâneo;
o Preferir fornecedores com boa disponiblização
o O que aumenta a excreção urinária ( ração elevada de proteínas e sal).
o Défice de vitamina B6
o Défice imunitário, neuropatia periférica, convulsões, dermite descamativa, hiperceratose
o A ingestão durante anos de anticoncepcionais, estrogéneos e isoniazida, comida de cafeteira diminui os níveis dessa vitamina;
o A ingestão de cereais completos,fígado, carne magra, fruta, hortaliça aumentam os níveis.
o Alimentação pobre em antioxidantes naturais relacionam-se com stress oxidativo .
o Acúmulo de ferro e ferritina: quando aumentam coma idade acresce o risco de DCI.
o Défice de vitamina D
o Debilidade muscular, absorção prejudicada de Ca e Mg, mineralização deficiente e perda de massa óssea, imunodeficiência, asma , HTA….
o Os que apanham sol, comem enguias, cavala, sardinha, atum, gema de ovo aumentam os níveis;
o Os que tomam anti-epilépticos apresentam diminuídas as capacidades cutâneas , hepática e renal para formar 7-deidrocolesterol e levá-lo até 1.25 deidrocolecalciferol.
Cuidados nutricionais para se envelhecer com êxito:
o Calorias ajustadas à variação do metabolismo e ao exigido pelo exercício
o Ração proteica superior às RDA: perto de 1.2 g/Kg/dia -atender à função renal, com o envelhecimento as necessidades proteicas aumentam, apear do declínio da massa muscular, do anabolismo proteico e da actividade física;
o Cálcio perto de 1.5 g/dia; atender a imobilidade e insolação;
o Nutrientes reguladores em doses superior às RDA : ter em atenção a acloridria, defice do factor intrínseco, polimedicação, doenças, etc;
o Ração normal -alta de fibras: ter em atenção a tolerância e a culinária , aos modos de confecção;
o Lípidos limitados a 25% das calorias, preferir os Polinsaturados e monoinsaturados;
o Culinária de óptima qualidade gastronómica e que disponibilize nutrientes, reduzir o sal e preferir porções modestas de especiarias e ervas aromáticas;
o Consumir alimentos amiláceos com um baixo índice glicémico em todas as refeições preferindo-os a fornecedores de outros tipos de glícidos.
Nutrientes essenciais para a terceira idade:
SELÉNIO - Estudos recentes publicados no Journal of the American Medical Association (JAMA), revelam que 200 µg de selénio por dia podem contribuir para reduzir o risco do cancro da próstata em 69%, do cólon em 64% e do pulmão em 39%. É essencial ao desenvolvimento de vários tecidos humanos, actuando também em conjunto com a vitamina E.
MAGNÉSIO - O magnésio desempenha um importante papel no bom funcionamento e saúde do sistema nervoso e dos músculos.
ZINCO: O zinco é necessário para a reparação dos tecidos e a cura das feridas pode ser retardada na presença de deficiência manifesta de zinco. A diminuição da acuidade do gosto, em indivíduos idosos anoréxicos, também já foi associada à deficiência de zinco (Goode et al. 1991).
ÁCIDO FÓLICO – O ácido fólico, para além de exercer os seus efeitos vitamínicos, nomeadamente na hematopoiese, baixa de forma significativa os níveis plasmáticos de homocisteína, um reconhecido factor de risco cardiovascular. A presença de vitamina B6 reforça esta acção. Por outro lado, um estudo recente publicado no British Medical Journal (BMJ) de Junho de 2002 revelou que níveis mais elevados de ácido fólico podem reduzir o risco de doença de Alzheimer. O estudo levanta a hipótese de evitar a demência através do consumo de mais ácido fólico e vitaminas B6 e B12, o que poderá baixar os níveis de homocisteína.
LUTEÍNA - antioxidante endógeno específico da retina, o princípio activo por excelência para a prevenção da Degenerescência Macular da Idade (DMI). A luteína/zeaxantina são carotenóides da família das xantofilas e, ao contrário dos carotenos, as xantofilas não têm actividade pró-vitamínica A. A zeaxantina é um estereoisómero da luteína presente na dieta humana em quantidades muito inferiores à luteína, além do que, a mácula consegue obter zeaxantina a partir da luteína.
O Journal of the American Medical Association (JAMA) revela que o consumo regular de luteína pode reduzir em 48% o risco de desenvolvimento da DMI. Por outro lado, um estudo realizado pelo National Institute of Health, nos EUA, demonstrou que a população que ingere diariamente 4 a 5 refeições ricas em luteína e zeaxantina experimentou uma diminuição de 43% do risco de desenvolvimento de DMI. A luteína encontra-se, principalmente, em legumes de folha verde e frutos. Não há nenhuma recomendação oficial sobre a quantidade diária de luteína a ingerir, mas especialistas recomendam cerca de 6 mg por dia.
Vitaminas e sais minerais que podem ser declarados e respectiva dose diária recomendada (DDR)
Vitamina A (µg)
800
Vitamina D (µg)
5
Vitamina E (mg)
10
Vitamina C (mg)
60
Tiamina (mg)
1,4
Riboflavina (mg)
1,6
Niacina (mg)
18
Vitamina B6 (mg)
2
Ácido fólico (µg)
200
Vitamina B12 (ug)
1
Biotina (mg)
0,15
Ácido pantoténico (mg)
6
Cálcio (mg)
800
Fósforo (mg)
800
Ferro (mg)
14
Magnésio (mg)
300
Zinco (mg)
15
lodo (µg)
150
De um modo geral, a quantidade a tomar em consideração para decidir o que constitui uma quantidade significativa corresponde a 15 % da dose diária recomendada.
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Nutrição na Terceira Idade | Nutricionista | Dr.ª Jacqueline Dias ...
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